Final de semana passado, no sábado, escalei no Monte Várdia com o Vassílis e o Kostas. Primeiro com um e depois com o outro. O Vassílis eu conhecei faz uns três meses em Thérisso e desde então ele não escalava. Ele é formado num curso técnico na área de saúde, algo como técnico em enfermagem, e trabalha para o governo como motorista de ambulância. Faz vários anos que ele é praticante de canyoning e espeleologia, além de caminhas nas áreas montanhosas. Há cerca de dois anos ele começou a escalar. Não o faz com muita frequência, mas tem uma naturalidade impressionante para se locomover na pedra.
Como chegamos antes do Kostas e o Vassílis estava há algum tempo sem escalar, fiquei no comando e pude escolher as vias que queria(mos) escalar. Começamos pela Louki Look (Vsup) e pusemos um top-rope na Mikrá mistiká (VIIa). Contra suas próprias expectativas o Vassílis conseguiu escalar ainda que com algumas quedas a Mikrá Mistiká. Também consegui, mas ainda não me sinto a vontade para guiar. A linha da via em certo ponto exige uma ida para a direita. Desta vez resolvi ir um pouco mais alto antes de ir para a direita e deu um ganho.
Depois que removeram a cerca que atrapalhava a escalada da via 25, descobri que esta é uma das vias mais legais do setor. Ela tem um começo difícil e depois segue em agarrões que em pouca quantidade ainda exigem um pouco de esforço técnico. Assim, fui guiar a Areti (VIsup). Foi razoável e cai mas não cai na primeira chapeleta. Deixei um top-rope por garantia e botei uma pilha para o Vassílis guiar com a outra ponta. Ele não conseguiu e limpou a via pela Armonia (V) com o top que eu tinha deixado.
Neste meio tempo o Vassílis já tinha que ir embora e o Kostas já tinha chegado. O Kostas criou um fissura ou apego pela via 46, a Pedevousin Tékna (VIsup?) e apesar de já ter guiado algumas vezes, sempre quer escala-la. Para aquecer ele fez primeiro a Sikiá (Vsup). Depois de escalar a Pedevousin Tékna ele levou o top para a Stenes Epafes (VIIa) e fez uma gambiarra que resolvi guiar a Sikiá para limpar a sujeira. Nem lembro se escalei a Pedevousin Tékna, mas acho que sim. Já estava bem cansado mas encarei em top a Stenés Epafés e passei com trabalho pelo crux, não sem cair, mas não consegui terminar. O Kostas ainda foi guiar a Save It (VIsup) e não lembro se escalei ou não.
Sem fotos este final de semana.
Pequenos comentários sobre minhas pequenas aventuras na ilha de Creta e, quem sabe, em outros lugares.
domingo, 29 de novembro de 2009
domingo, 15 de novembro de 2009
Guerra no Monte
*Até onde me lembro, por definição, as cavernas tem até 30 metros de profundidade, e a partir disto são chamadas grutas. Isto me faz lembrar que a publicação anterior chamada Caverna Szemlohegyi deveria na verdade se chamar Gruta Szemlohegyi.
domingo, 8 de novembro de 2009
Um novo sistema!
Depois que voltei de viagem em meados de Outubro consegui escalar algumas vezes, mas não tive tempo de reportar aqui no blog. Numa das ocasiões foi a reestréia do Kostas na rocha, diga-se de passagem, um mês antes do recomendado pelo médico, é claro. Eu estava meio travado e como ele, apesar de não reconhecer abertamente, sentiu dor ao escalar, nos contivemos e escalamos apenas duas vias, a Louki Look (V) e a Mávri (VI). Esta segunda ele fez só em top-rope e claramente passou dos limites dele (mais uma vez).
A segunda oportunidade em que fui escalar, além do Kostas, foi também o Michalis, um holandês de pai grego que me achou pelo CouchSurfing. Ele se auto intitula guia de montanha, mas tenho a impressão que ele é mais um guia de caminhadas. No final de Outubro ele veio a Creta para guiar um grupo de holandeses por uma semana em diversas caminhadas e como ele tem família por aqui, veio um pouco antes para se divertir e me chamou para escalar. O nível de escalada dele é bem baixo e como ele pratica mais em muro de escalada (top-rope com mosquetão de rosca) nem o nó oito ele sabia fazer. Meio contra a vontade do Kostas escalamos a Zéstama (IV) para o Michalis poder fazer uma via mais fácil primeiro. Então na sequência tentamos também a Mi-nous (V/VI) em top-rope. Apesar das más condições do Kostas ele insistiu que fossemos escalar a Sikiá (Vsup) para colocar um top-rope na via do lado, a Pedevousin Tékna (VIsup), que é de certa forma um fronteira no nível de escalada do Kostas que estava guiando ela com certa tranquilidade. Esta via é bem técnica e um pouco negativa e ele foi que foi. Ficou vermelho de tanto esforço e má respiração, e suou feito um porco. Como ele tinha que ir para o trabalho, ele nos deixou e entrei na sequencia. Acho que conheço um pouco mais os meus limites e parei na metade, já com dor nos dedos por causa dos regletes, logo antes de encarar o negativinho. Para que o Michalis pudesse experimentar mais uma via escalei a Louki Look mas começou a chover antes mesmo de eu chegar no topo da via. Terminei a via e desci rapidamente e nos abrigamos na caverninha para guardar as coisas. Convidei o Michalis para almoçar aqui em casa e comemos algumas panquecas assadas que sobraram do meu aniversário. O cara é bem legal e não tinha problema nenhum em mostrar dificuldade para escalar, perguntar como se faz as coisas, os nós e etc. Um comportamento raro, do tipo falta em algumas pessoas (meu amigo Kostas) e os coloca, bem como seus parceiros, em risco.
Já em novembro, ontem, fui no final da tarde com Kostas e o Spiros, escalar no Monte e fizemos a Louki Look e a Mávri. Depois o Kostas guiou a Sikiá para mais uma vez fazer top-rope na Pedevousin Tékna. O Spiros ficou sem fazer muita coisa o verão todo e fora o fato de ele já ser uma pessoa grande, ele ainda está um pouco acima do peso e só escalou um pouco a Louki Look e tentou o começo da Mávri, mas ficou satisfeito. Desta vez o Kostas se saiu um pouco melhor, mas continou sem respirar regularmente. Não me sai muito bem, mas consegui fazer a via sem cair.
O engraçado agora é ouvir os comentários técnicos do Kostas, algo como o Pelé ou o Romário de comentarista nas copas do mundo, ou seja, as coisas mais sem fundamentos possíveis. Mas tudo bem, eu me divirto. Outra coisa engraçada é que dá última vez eu meio que combinei de sempre escalarmos duas vias seguidas para perdermos menos tempo e não descansarmos entre as vias, como se elas fossem mais longas. Daí no dia que fomos com o Spiros, ele escalou o Look Louki e na sequencia já foi escalar a Mavri. O Spiros, não entendeu o que estava acontecendo, afinal achou que a vez era minha ou dele, e perguntou o que o Kostas estava fazendo. O Kostas respondeu cheio de pompa: "É um novo sistema!..."
A segunda oportunidade em que fui escalar, além do Kostas, foi também o Michalis, um holandês de pai grego que me achou pelo CouchSurfing. Ele se auto intitula guia de montanha, mas tenho a impressão que ele é mais um guia de caminhadas. No final de Outubro ele veio a Creta para guiar um grupo de holandeses por uma semana em diversas caminhadas e como ele tem família por aqui, veio um pouco antes para se divertir e me chamou para escalar. O nível de escalada dele é bem baixo e como ele pratica mais em muro de escalada (top-rope com mosquetão de rosca) nem o nó oito ele sabia fazer. Meio contra a vontade do Kostas escalamos a Zéstama (IV) para o Michalis poder fazer uma via mais fácil primeiro. Então na sequência tentamos também a Mi-nous (V/VI) em top-rope. Apesar das más condições do Kostas ele insistiu que fossemos escalar a Sikiá (Vsup) para colocar um top-rope na via do lado, a Pedevousin Tékna (VIsup), que é de certa forma um fronteira no nível de escalada do Kostas que estava guiando ela com certa tranquilidade. Esta via é bem técnica e um pouco negativa e ele foi que foi. Ficou vermelho de tanto esforço e má respiração, e suou feito um porco. Como ele tinha que ir para o trabalho, ele nos deixou e entrei na sequencia. Acho que conheço um pouco mais os meus limites e parei na metade, já com dor nos dedos por causa dos regletes, logo antes de encarar o negativinho. Para que o Michalis pudesse experimentar mais uma via escalei a Louki Look mas começou a chover antes mesmo de eu chegar no topo da via. Terminei a via e desci rapidamente e nos abrigamos na caverninha para guardar as coisas. Convidei o Michalis para almoçar aqui em casa e comemos algumas panquecas assadas que sobraram do meu aniversário. O cara é bem legal e não tinha problema nenhum em mostrar dificuldade para escalar, perguntar como se faz as coisas, os nós e etc. Um comportamento raro, do tipo falta em algumas pessoas (meu amigo Kostas) e os coloca, bem como seus parceiros, em risco.
Já em novembro, ontem, fui no final da tarde com Kostas e o Spiros, escalar no Monte e fizemos a Louki Look e a Mávri. Depois o Kostas guiou a Sikiá para mais uma vez fazer top-rope na Pedevousin Tékna. O Spiros ficou sem fazer muita coisa o verão todo e fora o fato de ele já ser uma pessoa grande, ele ainda está um pouco acima do peso e só escalou um pouco a Louki Look e tentou o começo da Mávri, mas ficou satisfeito. Desta vez o Kostas se saiu um pouco melhor, mas continou sem respirar regularmente. Não me sai muito bem, mas consegui fazer a via sem cair.
O engraçado agora é ouvir os comentários técnicos do Kostas, algo como o Pelé ou o Romário de comentarista nas copas do mundo, ou seja, as coisas mais sem fundamentos possíveis. Mas tudo bem, eu me divirto. Outra coisa engraçada é que dá última vez eu meio que combinei de sempre escalarmos duas vias seguidas para perdermos menos tempo e não descansarmos entre as vias, como se elas fossem mais longas. Daí no dia que fomos com o Spiros, ele escalou o Look Louki e na sequencia já foi escalar a Mavri. O Spiros, não entendeu o que estava acontecendo, afinal achou que a vez era minha ou dele, e perguntou o que o Kostas estava fazendo. O Kostas respondeu cheio de pompa: "É um novo sistema!..."
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sábado, 7 de novembro de 2009
Ida para Iráklio
Em primeiro lugar, o fato de que a Anamaria e eu acordamos cedo no primeiro dia bonito depois de dias seguidos de chuva. Como o céu finalmente não estava encoberto, durante o trajeto pudemos ver as partes mais altas das montanhas com os primeiros respingos de neve do inverno que se aproxima. Obviamente nevou na montanha enquanto chovia aqui embaixo e tanto a Lefká Óri em Chaniá, como o Psiloritis em Iráklio/Réthymno já tinham os picos mais altos brancos da neve que a esta hora já derreteu com o ar quente que soprou da África nos dias que se seguiram.
Como o tempo era curto visitamos rapidamente o palácio de Knosós e fizemos um lanche no centro.
(Não coloquei as fotos num álbum, mas elas podem ser ampliadas com um clique.)
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