domingo, 8 de novembro de 2009

Um novo sistema!

Depois que voltei de viagem em meados de Outubro consegui escalar algumas vezes, mas não tive tempo de reportar aqui no blog. Numa das ocasiões foi a reestréia do Kostas na rocha, diga-se de passagem, um mês antes do recomendado pelo médico, é claro. Eu estava meio travado e como ele, apesar de não reconhecer abertamente, sentiu dor ao escalar, nos contivemos e escalamos apenas duas vias, a Louki Look (V) e a Mávri (VI). Esta segunda ele fez só em top-rope e claramente passou dos limites dele (mais uma vez).

A segunda oportunidade em que fui escalar, além do Kostas, foi também o Michalis, um holandês de pai grego que me achou pelo CouchSurfing. Ele se auto intitula guia de montanha, mas tenho a impressão que ele é mais um guia de caminhadas. No final de Outubro ele veio a Creta para guiar um grupo de holandeses por uma semana em diversas caminhadas e como ele tem família por aqui, veio um pouco antes para se divertir e me chamou para escalar. O nível de escalada dele é bem baixo e como ele pratica mais em muro de escalada (top-rope com mosquetão de rosca) nem o nó oito ele sabia fazer. Meio contra a vontade do Kostas escalamos a Zéstama (IV) para o Michalis poder fazer uma via mais fácil primeiro. Então na sequência tentamos também a Mi-nous (V/VI) em top-rope. Apesar das más condições do Kostas ele insistiu que fossemos escalar a Sikiá (Vsup) para colocar um top-rope na via do lado, a Pedevousin Tékna (VIsup), que é de certa forma um fronteira no nível de escalada do Kostas que estava guiando ela com certa tranquilidade. Esta via é bem técnica e um pouco negativa e ele foi que foi. Ficou vermelho de tanto esforço e má respiração, e suou feito um porco. Como ele tinha que ir para o trabalho, ele nos deixou e entrei na sequencia. Acho que conheço um pouco mais os meus limites e parei na metade, já com dor nos dedos por causa dos regletes, logo antes de encarar o negativinho. Para que o Michalis pudesse experimentar mais uma via escalei a Louki Look mas começou a chover antes mesmo de eu chegar no topo da via. Terminei a via e desci rapidamente e nos abrigamos na caverninha para guardar as coisas. Convidei o Michalis para almoçar aqui em casa e comemos algumas panquecas assadas que sobraram do meu aniversário. O cara é bem legal e não tinha problema nenhum em mostrar dificuldade para escalar, perguntar como se faz as coisas, os nós e etc. Um comportamento raro, do tipo falta em algumas pessoas (meu amigo Kostas) e os coloca, bem como seus parceiros, em risco.

Já em novembro, ontem, fui no final da tarde com Kostas e o Spiros, escalar no Monte e fizemos a Louki Look e a Mávri. Depois o Kostas guiou a Sikiá para mais uma vez fazer top-rope na Pedevousin Tékna. O Spiros ficou sem fazer muita coisa o verão todo e fora o fato de ele já ser uma pessoa grande, ele ainda está um pouco acima do peso e só escalou um pouco a Louki Look e tentou o começo da Mávri, mas ficou satisfeito. Desta vez o Kostas se saiu um pouco melhor, mas continou sem respirar regularmente. Não me sai muito bem, mas consegui fazer a via sem cair.

O engraçado agora é ouvir os comentários técnicos do Kostas, algo como o Pelé ou o Romário de comentarista nas copas do mundo, ou seja, as coisas mais sem fundamentos possíveis. Mas tudo bem, eu me divirto. Outra coisa engraçada é que dá última vez eu meio que combinei de sempre escalarmos duas vias seguidas para perdermos menos tempo e não descansarmos entre as vias, como se elas fossem mais longas. Daí no dia que fomos com o Spiros, ele escalou o Look Louki e na sequencia já foi escalar a Mavri. O Spiros, não entendeu o que estava acontecendo, afinal achou que a vez era minha ou dele, e perguntou o que o Kostas estava fazendo. O Kostas respondeu cheio de pompa: "É um novo sistema!..."

Um comentário:

  1. Ele deveria conhecer o novo sistema de "como não se arrebentar denovo"

    Eduardo

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