Desde que o Parque Aventuras em Florianópolis foi abandonado pelo poder público foram diversas as tentativas de recuperá-lo. Depois de um hiato, nas últimas semanas as ações da ACEM foram retomadas e, coicidência ou não, em poucos dias será feita uma audiência pública onde a presença da ACEM e escaladores é fundamental. Nesta audiência será discutido o projeto de lei que prevê ceder a área do parque para a Polícia Militar. Depois de uma apresentação que promete muito e não vale nada, fica bem claro que ficará na mão da PM como será feito o uso da pedreira e que não é dada nenhuma garantia de que poderemos continuar escalando lá. A prefeitura está tentando "comprar" a comunidade com a "moeda" segurança, algo que não se vê por aqueles bairros (e ao que parece nem no resto da cidade) faz muito tempo. Não sei qual vai ser a abordagem da ACEM para defender a manutenção do parque e da área de escalada, mas espero que não se cometa mais uma vez um erro que tem sido cometido desde a concepção do parque, o de defender apenas a área de escalada.
Logo que o parque foi inaugurado, e por algum tempo enquanto ainda era novidade, era fácil contar mais de 50 visitantes não escaladores numa tarde ensolarada de sábado ou domingo. Naquela ocasião alertei que o grande problema era que aqueles 50 e tantos visitantes viriam ver o parque uma vez e nunca mais voltariam, simplesmente por que não tinham nada para fazer lá. Dito e feito!
Como não participei da concepção do parque, ingenuamente sugeri que o problema foi o parque não ter sido terminado, isto é, que inauguraram sem bancos, sem playground infantil e outras atrações, especialmente para famílias com crianças pequenas. Diga-se de passagem, famílias estas que povoam os demais (escassos) parques de Florianópolis. Por que na pedreira seria diferente? Os escaladores acharam que seria, e foi a própria ACEM que fez questão de que este tipo de atrativo não fosse incluído no parque em prol da área de escalada.
Não estou fazendo uma oposição à PM em si, mas já vi outros casos em que o acesso a determinado lugar fica a cargo de uma instituição em que o "comando" muda de tempos em tempos. O que acontece é que cada vez que mudar o comandante, ou o prefeito, ou o governador, as regras vão mudar. Assim, cada vez será uma lenga, lenga para conseguir acesso ao setor de escalada. Acho que não resta muita saída para a a ACEM, ou se defende um parque completo com escalada, playground, segurança e etc., ou a causa está perdida. Se a ACEM for para esta audiência para, mais uma vez, defender a área de escalada apenas (com ou sem PM), estará novamente cometendo um erro e talvez perdendo a área de escalada de uma vez por todas.