A aventura começou dias antes da ida para Rodes, quando fui acessar o site rock climbing in rodos greece e descobri que estava fora do ar. Antes que o arrependimento por não ter salvado o conteúdo do site na primeira vez que o visitei tomasse conta, tentei recuperar o site em algum cache. Consegui recuperar quase 100% do site, exceto por algumas figuras, usando o Warrick, uma interface para o archive.org.
Tendo encontrado as informações necessárias para chegar aos setores de escalada, a aventura continuou na hora de fazer as malas. Íamos eu e minha esposa, cada um com direito a 12,5 kg de bagagem. Sem disposição nenhuma a pagar 3 euros por cada kilo excedente, começamos os cortes. Reduzi o equipamento ao mínimo tirando todos os sacos de pano que uso para organizar o equipamento e também o saco de cordas. Levei 8 costuras (contra 10-12 indicadas no site), dois mosquetões Pêra, um ATC, 4 fitas, um cordelete, duas cadeirinhas, dois capacetes, um par de sapatilhas, saco de magnésio, quatro mosquetões de rosca, a corda (70 m x 10,2mm, que sozinha pesa 5 kg) e a mochila. Talvez ainda tenha levado muito equipamento, mas fechou 11 kg de equipo. Os outros 14 kg de roupas e acessórios também precisaram de cortes, a maioria deles sem aprovação da Anamaria.
A chuva da chegada durou apenas um dia e desapareceu empurrada por ventos fortes do Norte que trouxeram o sol e também temperaturas baixas. Os três primeiros dias foram dedicados ao turismo e visitamos os principais sítios arqueológicos e paisagens da ilha.
O quarto e último dia foi, para mim, o mais esperado. Ainda em fase de recuperação de uma ceia de Natal farta em uma taverna tipicamente grega, acordamos cedo no dia de Natal e aproveitamos o sol para fazer umas fotos das muralhas da cidade antiga. Na sequência nos dirigimos para a baía de Ladiko, cerca de 16 km a sudeste de Rhodes. Este deve ser o principal setor de Rodes, com o maior número de vias e está divido em quatro pequenos setores. As instruções de como chegar foram precisas, apesar de uma das placas usadas como referência estar quebrada. De fato, o site parece bastante desatualizado pois o número de vias em Ladiko é maior do que indica o site. Paramos o carro no final de uma estrada de terra e seguimos caminhando por uma trilha bem marcada, provavelmente também usada por turistas e pastores. Em poucos minutos vimos o primeiro setor do qual não me aproximei pois oferecia apenas uma via de VI e as outras 12 com graduação mais elevada e eu queria vias mais fáceis.
Seduzido pela caverna um pouco mais acima, segui o caminho pedregoso para conhecê-la e tentar a primeira via no setor, a Fournos, um VIsup. Meu desdém pela graduação da via logo me derrubou, não estava preparado para escalar um negativo e desisti desescalando enquanto meus braços tijolados ainda permitiam. Escalei outras duas vias de V e Vsup no setor de baixo e ambas tinham apenas sete proteções, ufa! Ambas começam com um rampão e depois continuam na vertical rica em agarras e com o crux em lance negativo. O rocha é um calcário bem cortante e abrasivo semelhante ao encontrado em Plakiás e outras regiões de Creta. A novidade portanto foram as caverninhas, muito semelhante ao que vemos nas fotos de Kalymnos, bastante lisas em alguns pontos e com estalactites.
Faltou conhecer o setor de Gadouras um pouco mais longe que só oferece três vias de grau elevado, mas de acordo com o site é uma bela paisagem com um pequeno rio próximo às vias.
Andamos por vários lugares de Rhodes e é difícil de acreditar que já não existam mais setores e mais vias dada a quantidade de pedras na ilha. O site parece bastante desatualizado, sendo que há pelo menos mais 6 vias em Ladiko não listadas. Entrei em contato com o autor para informar que estava fora do ar e até ofereci hospedar o site. Ele respondeu rapidamente dizendo que iria contatar o administrador do servidor, mas até agora o site continua fora do ar.
Na noite do dia 25, empacotamos de novo toda as bagagem e no dia seguinte voltamos para Creta com o mesmo avião e a mesma tripulação em mais um vôo emocionante.
Para quem gosta de história e praias (no verão, é claro) Rhodes vale à pena, e se gosta de escalada, ainda quebra um galho muito bom.
Link para o álbum desta publicação: Natal em Rodes
Fotos de Rhodes: Flickr da Anamaria (enquanto as fotos não forem sobrescritas)
Pelo jeito o natal foi agitado! Muito legal a terra do Colosso, escaladinha bem diferente das daqui.
ResponderExcluirAbraço!
Legal o passeio, pena que não encontram o irmão do Rodes, o Herodes.
ResponderExcluirAchei que as fotos ficaram boas, principalmente as da via Fournos.
Abraços e boas escaladas.