terça-feira, 25 de maio de 2010

Revendo os amigos

Hoje (segunda-feira) foi feriado nas instituições educacionais e fiquei trabalhando em casa correndo atrás da máquina. O rendimento foi baixo, é claro. Por volta do meio dia fui para o Monte Várdia onde estavam escalando o Kostas, o Manólis e o Manos, este último uma das mais recentes aquisições da turma. Fui sem equipamento só para bater um papo e levei a máquina fotográfica. Vi o Kostas escalando a via 46, e bastante audacioso "pulou" a primeira chapeleta.

O Manólis resolveu investir em Thériso e parece que fazia tempo que não ia ao Monte. Me contou que tinha guiado a via 44 e queria saber como eu costurava a terceira chapeleta. Expliquei como fazia e ele se negou a aceitar que dava. Dizia que do "meu jeito" era impossível costurar (e olha que ele é mais alto que eu). O Kostas, que nunca guiou a via o desafiou a guiar para poder escalá-la de top-rope. Mesmo sem prática no Monte, o Manólis aceitou o desafio, tomou duas quedinhas (uma fotografei ele no ar), e finalmente reconheceu que dava de costurar do jeito que eu disse.

Fiquei só mais um pouco e voltei para casa para almoçar e fazer minhas tarefas. A vontade de escalar foi grande e foi bom rever os amigos. Acho que final de semana que vem já volto a encarar a pedra.

Link para o álbum desta publicação: Revendo os amigos

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Erro no Parque Aventuras

Desde que o Parque Aventuras em Florianópolis foi abandonado pelo poder público foram diversas as tentativas de recuperá-lo. Depois de um hiato, nas últimas semanas as ações da ACEM foram retomadas e, coicidência ou não, em poucos dias será feita uma audiência pública onde a presença da ACEM e escaladores é fundamental. Nesta audiência será discutido o projeto de lei que prevê ceder a área do parque para a Polícia Militar. Depois de uma apresentação que promete muito e não vale nada, fica bem claro que ficará na mão da PM como será feito o uso da pedreira e que não é dada nenhuma garantia de que poderemos continuar escalando lá. A prefeitura está tentando "comprar" a comunidade com a "moeda" segurança, algo que não se vê por aqueles bairros (e ao que parece nem no resto da cidade) faz muito tempo. Não sei qual vai ser a abordagem da ACEM para defender a manutenção do parque e da área de escalada, mas espero que não se cometa mais uma vez um erro que tem sido cometido desde a concepção do parque, o de defender apenas a área de escalada.

Logo que o parque foi inaugurado, e por algum tempo enquanto ainda era novidade, era fácil contar mais de 50 visitantes não escaladores numa tarde ensolarada de sábado ou domingo. Naquela ocasião alertei que o grande problema era que aqueles 50 e tantos visitantes viriam ver o parque uma vez e nunca mais voltariam, simplesmente por que não tinham nada para fazer lá. Dito e feito!

Como não participei da concepção do parque, ingenuamente sugeri que o problema foi o parque não ter sido terminado, isto é, que inauguraram sem bancos, sem playground infantil e outras atrações, especialmente para famílias com crianças pequenas. Diga-se de passagem, famílias estas que povoam os demais (escassos) parques de Florianópolis. Por que na pedreira seria diferente? Os escaladores acharam que seria, e foi a própria ACEM que fez questão de que este tipo de atrativo não fosse incluído no parque em prol da área de escalada.

Não estou fazendo uma oposição à PM em si, mas já vi outros casos em que o acesso a determinado lugar fica a cargo de uma instituição em que o "comando" muda de tempos em tempos. O que acontece é que cada vez que mudar o comandante, ou o prefeito, ou o governador, as regras vão mudar. Assim, cada vez será uma lenga, lenga para conseguir acesso ao setor de escalada. Acho que não resta muita saída para a a ACEM, ou se defende um parque completo com escalada, playground, segurança e etc., ou a causa está perdida. Se a ACEM for para esta audiência para, mais uma vez, defender a área de escalada apenas (com ou sem PM), estará novamente cometendo um erro e talvez perdendo a área de escalada de uma vez por todas.

domingo, 9 de maio de 2010

Tentação no Monte

Hoje fui para o Monte por cerca de uma hora e meia com o Kostas. Fiquei só na segurança e ele escalou cinco vias. Até deu uma tentação de escalar, mas fui precavido e deixei todo o equipamento em casa, exceto o ATC, mosquetão de rosca, capecete e cadeirinha.

domingo, 2 de maio de 2010

Morcego

No dia seguinte à guiada da via 42 fui com a Vassoúla e dois amigos dela iniciantes à Thérisso. A primeira via que fui escalar não sei o nome, mas é um 6a Francês. Esta via é a que aparece na foto da publicação Sábado em Thérisso. Pretendia encadenar ela desta vez, já que da última me apertei no crux e não consegui.

Pouco antes do crux esta via tem um "bloco" de pedra que se sobrepõe à pedra principal e forma uma fenda em forma de 'C' invertido com cerca de 1,5 a 2,0 metros da base ao toco do 'C'. Pra transpor este bloco se começa com as mãos segurando a parte baixa da fenda. À medida que sobe as mãos vão para o lado direito do bloco e são usadas para fazer oposição com os pés. No final, a parte de cima é usada para dominar um platozinho formado pelo próprio bloco, de onde começa o crux.

Quando coloquei as mãos na fenda, na barriga do 'C' ouvi um grito agudo, voltei a mão para a posição anterior e tentei enxergar se tinha alguma coisa dentro da fenda. Não vi nada e fui tentar de novo, e outro grito. Saí um pouco para o lado e subi por uma parte quebradiça da pedra e consegui ver o morcego lá dentro subindo e descendo pela fenda. De onde eu estava tentei pegar mais alto na fenda, mas o bicho deu outro grito e se sacudiu lá dentro. Não tinha como subir mais pela parte quebradiça e desviar da fenda e resolvi descer, para não perturbar e bicho e também por não saber que riscos corria com aquele morcego por ali. Depois a Vassoúla escalou a via do lado e recuperou as costuras.