segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Viagem

Hoje saio de viagem para os Estados Unidos da América. Estarei de volta no dia 10 de setembro. Estive meio ocupado e não consegui publicar as fotos das últimas três escaladas que fiz (uma tm Thérisso e duas no Monte várdia) e do passeio de ontem na Garganta Imbros, com cerca de 7 km de extensão.

Para não deixar os leitores na mão, eis uma foto com um bode em cima do carro (a situação do nosso carro não é tão grave).

A foto foi gentilmente cedida pelo cozinheiro do restaurante universitário.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Só para registrar

Neste meio tempo entre a ida para Ágiofárago e o dia de hoje se passaram dois finais de semana e consegui ir escalar nos dois.

No primeiro final de semana escalei bastante, no domingo, com o Yorgos e com a Kália. Foi legal porque escalamos várias vias diferentes, tentei uma via bem acima do meu grau sem sucesso e a via 40 que eu ainda não tinha tentado. Tentei guiar a Mikrá mistiká, mas amarelei após a terceira chapeleta.

No final de semana seguinte fui no final da tarde com a Anamaria e tentei de novo a Mikrá mistiká e amarelei de novo. Daí fiz ela em top-rope para tentar entender o que está acontecendo. Não entendi...

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Quebra-cabeça

A publicação sobre a escalada em Ágiofárafo levou mais de duas semanas para sair. É verdade que estive bem ocupado nas duas últimas semanas, mas a principal razão aparece na foto abaixo (que ficou um pouco distorcida).
Fomos numa loja comprar não lembro o quê e acabei levando também uma caixa com três quebra-cabeças de 1000 peças por preço de banana. Praticamente todo o tempo livre que tive nas duas últimas semanas foi dedicado à montagem dos três quebra-cabeças. Cheguei a ter pesadelos.

O Matterhorn fica nos Alpes e passei muito perto dele (de avião) em abril deste ano.

Ágiofárago

Ágiofárago fica no sul da região de Heráklio, Creta, a 2h30 de carro a partir de Chaniá e é tida como um paraíso na terra. Entre os escaladores parece ser considerada a meca da escalada Cretense. No primeiro dia de agosto de 2009 fomos a passeio para Ágiofárago conferir o que era verdade e o que era mentira. Já contei mais ou menos como a história começou e terminou em "Deu bode!", e me aterei aqui ao que ainda não foi contado.

Perto de outras gargantas que visitamos, Ágiofárago é uma gargantinha, pelo menos em extensão. Percorremos ela, do estacionamento até a praia, em 20 ou 30 minutos. Antes da praia pouca coisa chama a atenção na paisagem. Uma ou duas cavernas embelezam as paredes de pedra, talvez mais para os escaladores do que para qualquer outro visitante. Por praticamente toda a extensão o leito seco da garganta é inacreditavelmente plano e arenoso, e é bem provável que uma "máquina" já tenha passado por ali. O leito se divide em três corredores marcados por arbustos de até 2 metros de altura, os mesmos que até uma ou duas semanas atrás embelezavam, com suas flores rosas ou brancas, outras lugares, como a garganta de Arádena. Mais ou menos no meio do caminho, se forma uma área mais larga onde a garganta se abre. Neste local uma pequena igreja, óbvio que tem uma igreja lá, até que dá um charme. Em frente à igreja uma bomba manual permite tirar água potável de um poço. A água tem gosto de ferro.

Esta garganta, bem diferente de outras gargantas que vimos, continua fechada por vários metros água adentro, dando uma característica mais peculiar para esta praia. Um pequeno arco de pedra, bem menor do que o que criei na minha imaginação, embeleza o local.

Depois de aguardar um tempo absurdo pelo café da manhã (às 11h30) e já sob forte calor finalmente fui escalar com o Yorgos. Escalamos duas vias, uma de Vsup e outra de VI que não terminamos. E foi só. As dezenas de outras vias, incluindo as diversas vias negativas e as vias nas cavernas ficaram para a próxima visita. Entre as que escalamos não há muito diferença em relação a outros setores, como Thérisso por exemplo. Não entendi bem qual a atração que faz do lugar a meca de escalada. O fato de ficar num lugar plano e aberto com possibilidade de acampar talvez seja a principal razão. As cavernas também chamam um pouco a atenção. Há bastante vias, e também muitas por abrir, ainda que alguém que se acha dono do lugar "pintou" a parede toda de vermelho e disse que onde está vermelho é projeto.

Depois da escalada, Anamaria e eu procuramos um lugar à sombra para comer nosso almoço. Confesso que foi difícil achar. Não comentei até agora, pois não queria parecer reclamão, mas o que Ágiofárago tem de bonito, tem de sujo ou pior. A quantidade de lixo é imensa. Dezenas de pessoas vão acampar e não são capazes de levar a própria merda e o próprio lixo embora. Sim, havia cocô e papel higiênico e tudo quanto é canto que tivesse um arbusto para esconder o cagão. Lixo nem se fala... O Yorgos separou as sacolas de lixo deles numa área sombreada e razoavelmente protegida de uma espécia de abelha que estava rasgando as sacolas. Menos de 15 minutos depois foi deixar mais lixo no mesmo lugar (que depois levaria embora) e algum imbecil passou e jogou quilos de cascas de melancia (sem sacola) no mesmo lugar.

Depois de um descanso que seguiu o almoço subismo o costão esquerdo por um caminho excessivamente exposto para alcançar um buraco que se liga por baixo da terra com o mar. Eu e a Anamaria ficamos olhando do alto, enquanto o Yorgos, a Kália e a Maria, arriscaram irresponsavelmente suas vidas para descer o barranco e se banhar. O Yorgos foi além, e cruzou, com o uso de nadadeiras o túnel por baixo da água. Enquanto eles se banhavam nós voltamos para o local do acampamento por outro caminho, bem mais longo e seguro, que saiu perto da igreja. Tomamos água do poço e visitamos uma caverninha onde moraram alguns eremitas. Dizem que os eremitas volta a cada ano em determinada data para se encontrar. Aquele que não aparece é dado como morto. Nossa chegada de volta à praia coincidiu com a chegado do Yorgos após a travessia por baixo d'água. Ele estava exausto e claramente abalado e depois revelou que achou que não fosse conseguir atravessar o túnel. Mas não aprendeu a lição e certamente se arriscaria de novo.

Esperamos a Kália e Maria voltarem e nos despedimos. Em cerca de meia hora estávamos no estacionamento, espantando os bodes.

Link para o álbum desta publicação: Ágiofárago

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Deu bode!

Há várias maneiras de estragar um dia que poderia ser dito agradável não fosse o calor insuportável mesmo à sombra e à beira da praia. No nosso caso foi a cena cômica, ainda que trágica, de um bode que subiu no nosso carro para alcançar as até então inalcançáveis folhinhas verdes de uma árvore que nem sombra fazia. Turistas fotografavam com alegria a nossa tragédia. Certamente não foram os primeiros, mas com a nossa chegada eram enfim os últimos. A aproximação pelo lado errado espantou o caprino também pelo lado errado, que do teto saltou para o capô e a seguir foi ao chão como vários outros provavelmente já tinham feito ao longo do dia. O capô nada sofreu, nós ainda sofríamos. As marcas de pata e os amassados no topo indicavam que horas antes se deu no mesmo lugar o que agora víamos acontecer sob outra árvore e sobre outro carro: uma briga de chifres pela folha mais verde. Ótimo, os turistas poderiam continuar fotografando, e com outro cenário, com outros atores. Não posso dizer que não fomos avisados, mal avisados, ainda que tarde, mas talvez cedo o suficiente para voltarmos e corrigirmos o erro. Não voltamos. Quando voltamos, desolados desamassamos o que pudemos com as próprias mãos. Foi um dia que poderia ser dito agradável não fosse o calor insuportável mesmo à sombra e à beira da praia, mas deu bode!