sábado, 29 de novembro de 2008

Curso de Escalada na Neve

Quinta-feira passamos pela rodoviária da cidade e, por acaso, a Anamaria viu um cartaz divulgando um curso de escalada na neve que vai acontecer em breve. O Kostas já tinha me dito que ia acontecer um curso e tinha ficado de me avisar quando soubesse mais informações. O instrutor é o mesmo do cartaz de curso de escalada em rocha que vimos no verão, mas desta vez ele está sozinho na parada. Ele que deu o curso de escalada para o Yorgos e o Kostas no inverno passado. Se for nos mesmos moldes, compreende escalada em rocha e na neve. Aproveitei a passada no clube de montanha ontem para perguntar se conheciam o instrutor e se ele era qualificado. Não deram qualificações, mas disseram que posso confiar, que ele é um montanhista experiente e membro do clube. Estou pensando em fazer e vou entrar em contato com o instrutor na próxima semana. O grande problema é o número de dias, 18 dias entre 13 de dezembro e 19 de abril. Além disso verei o preço, o material necessário e, claro, se tenho condições de acompanhar o curso em grego!

Abaixo da foto, uma tentativa de tradução do que diz o cartaz.

ESCOLA

DE ALPINISMO
EM MONTANHA NEVADA
2009

O curso inclui aulas teóricas e práticas,
ascenção em montanha nevada,
escalada e aplicação prática geral
do mencionado acima.

Destinado a pessoas saudáveis independente de experiência anterior
em alpinismo, acima de 18 anos.

Início 13.12.2008 - Encerramento 19.04.2009
Duração total de 18 dias

Para maiores informações e inscrição:
Ztavroulaki Vangelli: cel. 6932417040

Enquanto isso, no clube de montanha

Depois de um longo "recesso" voltei finalmente ao clube de montanha de Chaniá. Acompanho as atividades deles pelo site, que divulga todo o calendário e ainda permite inscrição pela internet nas atividades (ver link ao lado). A atividade deste final de semana, por ser fácil e por eu estar mais entusiasmado em começar a participar do clube, me interessou. Assim, planejei ir lá na sexta-feira à noite.

Muita coincidência que no mesmo dia acabei encontrando o Yannis, o senhor que me recebeu no clube da outra vez, no correio. Conversamos um pouco e ele insistiu que eu fosse no clube mais tarde. Eu já ia mesmo...

A Anamaria me deixou no clube por volta de 21h40 e fiquei por lá uma meia hora. Nada de muito diferente. Várias pessoas, todas com mais de 40 anos (frouxo), sem nada para fazer. O Yannis não pode me dar muita atenção, pois estava em função de inscrever as pessoas que ligavam ou que apareciam para se inscrever na caminhada de domingo. Também me inscrevi e já eram 48 pessoas até aquela hora!?!! Depois publicarei detalhes da caminhada.

Havia também um pessoal discutindo sobre a colocação de algumas placas (coisa de primeira) que eles prepararam para colocar no local de algumas caminhadas. Poucas pessoas se interessaram em interagir, exceto por uma mulher que puxou um pouco de papo para saber com mais precisão de onde eu era.

Desta vez fiz algumas fotos do interior do clube (ver álbum) . Além da sala que fotografei o clube tem pelo menos mais duas salas do mesmo tamanho, móveis e uma TV 29". Fotos, prêmios, homenagens e equipamentos antigos decoram o clube, que foi fundado em 1930.

O Yannis me presenteou com um DVD produzido pelo Estado sobre turismo no interior de Chaniá e com um livrinho descrevendo os caminhos do European E4 Path na área de Chaniá, a respeito do qual farei também uma pequena publicação.

Me informei um pouco sobre caminhadas, mas sem ir com alguém que conhece pode ficar complicado. No inverno as gargantas só podem ser atravessadas sem não houver neblina e se o tempo se mantiver estável, sem chuva e neve por alguns dias (pouco provável no inverno). Eles pretendem publicar um livro com outras caminhadas fora do E4 Path, mas não têm previsão de quando isto acontecerá.

Agora fico na expectativa de como vai ser a experiência de fazer uma atividade com o clube!

Link para o álbum desta publicação: Enquanto isso, no clube de montanha

domingo, 23 de novembro de 2008

Sessão Cinema

Entre uma chuva e outra até daria para ter escalado um pouco nestes três dias de feriadão, mas fui pego de surpresa por uma gripe. Sem poder sair da casa, resolvi terminar de ver o último dos quatro filmes que o Cristiano, gentilmente, me enviou pela Anamaria.

O primeiro deles foi sobre a escalada da Esfinge na Cordillera Blanca no Peru pelo Marius. Apesar de mostrar pouco a(s) escalada(s), o filme é legal e tem um bom equilíbrio entre cenas que interessariam mais a montanhistas e cenas que interessariam mais a um público geral. Muito legal ver a sensibilidade de mostrar também imagens do povo peruano, do mercado público e da cidade. Vale a pena assistir.

O segundo filme foi o Cariocando, que fala um pouco da escalada no Rio de Janeiro. Já tinha visto, mas vi de novo e achei o filme chato as duas vezes que vi. Inegável que as escaladas do Rio de Janeiro são demais. O filme tem um formato meio de documentário mostrando como evoluiu a escalada no Rio de Janeiro com entrevista de alguns ícones da escalada carioca. Triste foi ter que ouvir o Pita dizendo que no Rio é só pegar a bicicleta e em 15 minutos se chega na Urca e que em nenhum lugar do mundo acontece algo assim. Nem vou comentar.... Assistir não vai matar ninguém e vale a pena, mas me surpreende o sucesso que este filme fez.

O filme seguinte foi o Ritmo Latino. Possivelmente o filme de escalada mais chato que já vi na minha vida. Um grupo de escaladores metidos a engraçados fazendo um flime sem graça na montanha. A música é chata também. A única coisa que vale no filme são algumas imagens do Cerro Torre, sempre imperdíveis e muita bem feitas. Minha sugestão é assitir com o mute ativado e usar de vez em quando o fast forward. O final é perdível, quero dizer, a hora que começar o entra e sai do iglu, pode parar de ver.

Finalmente o mais esperado e último filme é o Terra de Gigantes, sobre a escalada do Mariuzinho na via de mesmo nome, a via mais difícil do Brasil (A4) e pela primeira vez repetida por uma equipe que não contava com nenhum dos conquistadores. Nunca vi este filme por inteiro, só algumas partes em eventos de escalada da ACEM onde cedo ou tarde me interrompiam. O filme parece legal, mas não posso comentar, pois o DVD não funcionou...

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Instinto de montanha

De sábado à noite a domingo de manhã a previsão mudou completamente. A chuva e as trovoadas que deveriam ter chegado só no final da tarde já se escutavam antes das 08h00 da manhã. Pretendia ir à Kalipso (ao sul de Réthymno) de novo e a previsão para Réthymno (no norte) era de chuva apenas no final da tarde. Depois de muita indecisão resolvemos arriscar e por volta de 11h00, sob chuva, saímos.

Logo ao sair de Chaniá uma pequena melhora no tempo esquentou os ânimos que logo foram por água abaixo a medida que nos aproximávamos de Réthymno e a chuva não parava. Quando chegamos na primeira entrada de Réthymno a chuva era forte (só deveria chover no final da tarde), e perguntei para a Anamaria se continuávamos ou não. A decisão caiu sobre minhas costas e não sei bem o que me fez continuar, talvez um instinto de montanha que me dizia que depois das montanhas, no litoral sul, as coisas poderiam estar diferentes.

Enquanto subiamos as montanhas o tempo piorava na mesma taxa, mas de lá começávamos o ver um clarão amarelado na direção Sul. Passamos de novo pelo cânion de Kourtaliótis entre nuvens e uma garoa substituiu a chuva quando o deixamos. Logo já podíamos ver o mar e algumas montanhas iluminadas pelo sol nos arredores e Plakiás. A apenas cerca de 6 km do setor de escalada é que a chuva definitivamente parou e o asfalto já mostrava sinais de que estava secando rapidamente.

Chegamos na base das vias e fui ver as condições da pedra. Estava mais gelada do que úmida. Sinal positivo, voltei ao carro para pegar o equipamento. O tempo ficou firme, com poucas nuvens e sol. As vias ficam à sombra quase todo o dia. Não havia vento algum e pude escalar só de camiseta.

Como não sabia os graus das 12 vias (e não 15 como disse antes) resolvi ir na seqüência crescente dos números até onde conseguisse. Escalei ao todo 6 vias e descrevo a seguir as impressões de cada uma, depois de um comentário geral. As vias devem ter em média cerca de 15 metros. Todas são protegidas com chapeletas à "francesa". Quero dizer que são bastante próximas, em geral não costurei nenhuma com o pé mais alto do que a chapeleta anterior. Não posso dizer que tem chapeletas em excesso, mas foi ótimo para meu o meu psicológico pouco ousado. No final todas as vias possuem duas chapeletas cada uma com um mosquetão de aço. A pedra é bem abrasiva em alguns pontos e em alguns lugares parece um espinheiro, como na pedra do final de semana passado. Vou sugerir graus com base na minha experiência desvirtuada, mas confirmarei quando for com outros escaladores.

- Via 1: Via de V grau, curta e razoavelmente positiva. Poucas agarras, mas bem claras. Ótima para aquecer.
- Via 2: Começa negativa e persiste assim por uns 4 ou 5 metros. Também com poucas agarras, mas agarras de duas falanges. A primeira chapeleta é tão baixa que quase consegui dar um beijo nela. Uma queda antes da segunda chapeleta é chão. Acho que isto que me estimulou a encadenar uma via que deve ser um VIIa ou um VIIb. Meus braços dobraram de tamanho até o final da escalada.
- Via 3: A mais legal que escalei. Depois de subir dois degraus bem afastados a via fica negativa numa pedra extremamente abrasiva. Ela segue ao lado de uma chaminezinha onde apoiei o pé direito na maior parte da via. O crux é longo, todo no negativo e com agarras pequenas que machucam a mão. A via termina com o domínio de um platô. A dificuldade é semelhante a da via 2, mas esta exige menos força e mais técnica. Não encadenei, deveria ter descansado mais antes de tentar.
- Via 4: Via mais de aderência que termina na mesma parada da via 3. O cansaço ao final da via anterior me estimulou a armar um top-rope e foi uma boa idéia, assim escalei mais sossegado e depois de um bom descanso.
- Via 5: Via muito legal que começa com uma escadaria de uns 3 metros e depois segue por uma fenda e um parede bastante lisa. Um pecado terem grampeado esta via, que poderia ser toda feita em móvel. Como não tinha equipamento suficiente, escalei assim mesmo e encadenei. O cansaço neste ponto dificulta sugerir um grau para a via que deve ser Vsup ou VI. O final, apesar de fácil, é bem legal pois exige o domínio de dois platôs consecutivos.
- Via 6: Bem vertical e toda de regletes. Deve ser um VI ou VI sup. Minhas mãos já estavam bem cansadas por conta dos negativos e ficou difícil segurar nos regletes. Muito curioso três ou quatro agarras para pés que tinham que ser usadas com o calcanhar mais alto que a ponta e com os pés para fora. O cansaço nas pernas fazia elas tremerem descontroladamente. Parei para descansar nas duas últimas chapeletas.

A escalada da via 6 já deus sinais de que eu estava passando dos limites e parei por ali. Ainda assim hoje acordei em ótimo estado e sem dores musculares. Antes de ir embora para Chaniá, demos uma volta rápida para ver as praias de Ammoúdi e Mikró Ammoúdi. O lugar é belíssimo e acho que rola uns boulders. Voltaremos no início da temporada de verão antes que as praias sejam tomadas pelos peladões.

Link para o álbum desta publicação: Instinto de montanha

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Rajadas de 50 km/h

Na sexta-feira à noite recebi uma mensagem do Kostas, aquele que conheci na semana passada. Estava me convidando para irmos para Kalipso no domingo e que combinaríamos melhor no sábado. Sábado acertamos de sair às 9h.

A previsão do tempo não era das melhores, tempo nublado, ventos N de 30 km/h e rajadas de 50 km/h. Não nos abalamos e saímos no domingo com meia hora de atraso e com alguns pingos de chuva. Fomos eu e a Anamaria em um carro e o Kostas, a irmã (Mariana) e um amigo dele (Giorgos) em outro.

Ir para o sul de Réthymno é sempre muito legal. A estrada, a mesma que dá acesso ao balneário de Plakiás e à praia de Préveli, é muito bonita. A medida que vamos para o sul a estrada começa a passar por entre as montanhas e subita e inesperadamente faz uma curva fechada ao redor de uma paredinha de pedra. Atrás desta paredinha está o cânion de Kourtalitiko com paredes que ultrapassam os 500 metros de altura e por onde corre o rio que irá desembocar no mar, na praia de Préveli. É fantástico.


A viagem foi boa e conhecemos melhor nossos amigos ao chegarmos no nosso destino. O Giorgos é muito gente fina e fala inglês muito bem em virtude de ter passado um tempo nos EUA. Ele e o Kostas se conheceram no inverno passado quando fizeram juntos o curso de escalada. A Mariana também é muito simpática e foi escalar pela primeira vez, com a intenção de fazer umas fotos para impressionar o novo namorado....

Kalipsos fica logo atrás do paredão de Plakiás entre Plakiás e a baía de Damnoni (ver localização no álbum de fotos), onde estão as praias de Ammoúdi e Mikró Ammoúdi, locais onde se pratica nudismo. Apesar de o carro parar tão perto da pedra quanto na Pedreira do Abraão, fiquei levemente desapontado com o lugar. É uma falésia relativamente extensa, mas surpreendentemente há apenas 15 vias numa pequena área. As vias são um pouco mais extensas que no Monte Várdia e no mesmo tipo de rocha. Todas parecem bem protegidas e são de grau fácil a moderado. Mas não posso descrever nada mais do que isso; não experimentei nenhuma via. Acho que a previsão do tempo estava errada e o vento era de 50 km/h com rajadas de 30. Era impossível ficar ali.

O Giorgos sugeriu de irmos à uma pequena parede de pedra na baía de Damnoni, mais protegida do vento, onde eles aprenderam a fazer rapel. Cheguei lá a frustração foi maior ainda, uma parede com uns 12 metros de altura e potencial para duas ou três vias com a base transformada num lixão. Não me deixei abalar, armamos dois top-ropes nos pontos mais promissores da parede, uma via de III grau e outra de VIsup. Armar os top-ropes mostrou que o Kostas e o Giorgos estão relativamente despreparados para montar ancoragens e seguir as regras básicas que coincidemente relatei aqui, mas não se matariam. Usamos todas as fitas que tínhamos e um cordelete de 7mm que eu tenho com cerca de 8 m para evitar arrasto e equilizar tudo. Com duas fitas que sobraram ainda usei um friend para fazer um "backup" numa das paradas.

Além da natureza exuberante e de vermos vários furacõezinhos se formando no mar, a via de VIsup foi o que fez valer a viagem. Mandei à vista e repeti mais uma vez para mostrar para eles que ainda não tinham conseguido (me achei!). Ela começa com um trecho positivo que entra num negativo de agarras não muito boas. Passei o lance colocando o pezão bem alto para ajudar a me erguer e alcançar uma agarra salvadora. Ainda assim, é preciso mais um ou dois movimentos para sair do negativo e entrar numa parte bem vertical e bem abrasiva que estilhaçou as mãos. Neste trecho o mais difícil não era encontrar agarras, mas sim encontrar aqueles não detonassem muito a mão.

Depois de todos tentarem, exceto a Anamaria, O Kostas ainda insistiu que passássemos de novo no outro setor para ver se ainda estava batendo vento. Era óbvio que estava, mas fomos mesmo assim. Ele não se conformou que nenhum de nós quis ficar. Mas fomos embora e fica a expectativa de voltar lá e escalar todas as 15 vias num só dia (ahammm!?).

Link para o álbum desta publicação: Rajadas de 50 km/h

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Na natureza selvagem

John Krakauer, autor do polêmico livro "No ar rarefeito" que relata o desastre ocorrido no Everest em 1996, recebeu muitas críticas em função dos comentários e críticas que fez no livro, e que podem ter sido inoportunos, infundados ou falsos. Além disso muitos criticaram a leitura em si, insinuando que o livro é chato ou ruim. Desprendido da crítica, li o livro, há bastante tempo, e gostei. É um ótimo texto para quem gosta de aventura e montanha. A leitura do livro "A escalada" do Anatoli Anatoli Boukreev, é ainda mais interessante, e complementa/responde o outro. Mais tarde acabei lendo, também do John Krakauer, o livro "Sobre homens e montanhas", que é muito legal.

Faz algumas semanas vi o filme "Na natureza selvagem", baseado no livro de mesmo título escrito pelo Krakauer. O livro basicamente conta a história de Chris McCandless, que larga a vida "normal" para viver seus ideais. Achei o filme legal e com belas imagens, e isto estimulou a Anamaria a me presentear com este livro no meu aniversário, em Outubro passado.

Terminei de ler o livro faz alguns dias. Tenho um certo ceticismo quanto a ler o livro depois de ver o filme, pois nossa imaginação perde a liberdade; ficamos presos às imagens do filme. Isto é especialmente ruim quando se trata de livros de ficção. Neste caso específico, talvez por se tratar de uma história real, a leitura depois de ver o filme foi muito boa. O livro responde diversas perguntas que fiz (a mim mesmo) durante o filme e deixa bem mais claro o que de fato aconteceu. Uma pena que algumas das fotos reveladas da máquina do protagonista não foram publicadas no livro. Outro ponto negativo do livro são as impressões e relatos pessoais do autor e uma certa tendência a expor razões sócio-políticas no modo de vida escolhido pelo protagonista da história (e pelo próprio autor?) dispensáveis. Isto me chamou a atenção pelo fato de os outros dois livros que li terem como seu núcleo justamente impressões e relatos do autor...

Boa leitura!

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Ventos da África

Domingo fomos ao Monte Várdia. Passou um verão inteiro de seca e as poucas chuvas de Outono ainda não foram suficientes para restabelecer a vegetação na base das vias. Um pó fino que se levanta até mesmo com a respiração foi particularmente desagradável neste dia por conta do vento Sul que bateu forte na semana que passou, especialmente no Domingo. Ao contrário de Florianópolis, o vento Sul aqui é quente - vem da África - e provocou uma elevação agradável na temperatura que já começava a baixar. Perfeito ou imperfeito foi um dia de escalada!

A caminho do Monte Várdia a Anamaria dizia que estava com a sensação de que encontraríamos alguém. E chegamos lá, encontramos duas pessoas, o Kostas e a Anastasía. Depois se juntou a eles a Vasilia. Eles pareceram muito simpáticos e o Kostas está sempre sorrindo. Não os conhecia, e pelo que entendi fizeram um curso no início do ano e estão escalando assiduamente. Além deles também vieram a Natasa, colega da universidade, e um amigo dela, o Stéfanos, os quais eu convidara.

Armei um top-rope na Louki Look para a Natasa e o Stefanos escalarem uma vez que é uma via relativamente fácil com o crux já no final. Depois o Kostas queria por que queria que eu escalasse o início da via 31 (Dulfer, VI), e subiu a Louki Look para transferir o top-rope para a Mávri do qual é possível escalar o início da Dulfer. Já na seqüência ele fez três tentativas na Dulfer tendo sucesso na terceira. Desceu dizendo que já tinha feito duas outras vezes e que tinha saído mais fácil. Não pareceu que ele estivesse querendo me fazer um desafio ao insistir que eu tentasse a via 31, mas parece ter ficado meio desapontado e saiu em silêncio quando mandei tranquilamente e de primeira. A verdade é que é um lance puramente técnico mas que por iniciar num negativo/diedro com poucas agarras parece exigir muita força. Depois do negativo a saída é em oposição enfiando as mãos em uma laca e segurando em regletes. A Natasa e o Stéfanos também tentaram a via, sem sucesso.

O Kostas, apesar de escalar há pouco tempo parece bastante forte e escalou uma via que até hoje não tentei por achar que o grau estava alto para o que tenho praticado. Mas como a Anamaria inocentemente espressou, ele não escala, se puxa...

Fim de escalada. O saldo foi o telefone de mais um escalador grego. Além disso perguntei para ele sobre outros setores em Creta e ele me falou do setor de Kalipsos que provavelmente é o setor que eu tinha combinado de ir com o Apostólis, mas não fomos por causa da Chuva. Este setor fica próximo a Plakiás, é visível da estrada e fica antes do Hotel Kalipsos, ou seja, é fácil de encontrar. O setor possui várias vias e de diversas dificuldades, inclusive vias fáceis e mais longas do que no Monte Várdia.

Também aprendi um jeito mais fácil de dizer escalada ou escalar em grego: Scarfalóno ao invés de káno anarírrisi!

Link para o álbum desta publicação: Ventos da África