Rica em diversidade biológica, a Garganta da Samariá, possui várias espécies de animais e vegetais que não são encontrados em nenhum outro lugar. Achados arqueológicos indicam que a área foi habitada desde a pré-história e como diversas outras gargantas de Creta, serviu de abrigo para os cretenses resistirem aos diferentes invasores ao longo de sua história.
A Garganta da Samariá está situada na região sudoeste de Creta, no distrito de Chaniá. Os primeiros a frequentá-la para lazer foram os membros do Clube de Montanhismo de Chaniá, por sinal pioneiros em praticamente todos os roteiros turísticos junto à natureza da região. O Clube teve a Garganta sob seus cuidados até 1962, quando foi transformada em Parque Nacional.
Fomos para a rodoviária de Chaniá o Pawan e a Alina, indiano e romena que hospedamos pelo CouchSurfing, a Anamaria e eu. Partimos em um dos dois ônibus quase lotados às 8h30 que em pouco mais de uma hora nos levou à entrada da Samariá. Só nestes dois ônibus eram mais de 100 visitantes, fora ônibus de turismo que chegaram antes e depois. Este foi o segundo final de semana desde que o parque abriu para a temporada e certamente ultrapassou os 300 visitantes.
No início a caminhada é em rampas ou escadarias que descem rapidamente em zig-zag em meio aos ciprestes. O solo é de um pó fino coberto por cascalhos que parecem ser jogados proposital e periodicamente, visto que em vários trechos havia sacos de cascalhos ainda fechados. Um mirante permite, após poucos minutos de caminhada, uma visão parcial da garganta de onde temos uma noção das dimensões do trajeto a ser percorrido.
Continuando a descida, alguns trechos apresentam placas orientando o visitante a andar rápido devido ao risco de queda de pedras e um pequeno trecho é protegido com um estrutura de madeira e telas de arame. Em certo momento, com cerca de 3 km de caminhada, deixamos as encostas para começar a andar predominantemente pelo centro da garganta mais pedregoso e cruzando várias vezes o rio, que aparece e desaparece repetidamente.
A primeira grande área de descanso foi alcançada após 3,8 km de caminhada e paramos para fazer um lanche. Praticamente todas as mesas e bancos estavam ocupadas. Fico imaginando o inferno que não é este lugar na alta temporada. Por várias vezes caminhamos sozinhos, sem ninguém ao nosso alcance de visão para frente ou para trás. Na alta temporada deve ser impossível ficar um segundo sequer sem alguém por perto.
Cruzar o rio(zinho) várias vezes neste trajeto é inevitável e pequenas pontes feitas com troncos de madeira facilitam a passagem. Estas pontes são bastante simples e ajudam a manter a atmosfera do passeio.
Aos poucos os ares de garganta vão desaparecendo e chegamos à saída do Parque, onde entregamos o ingresso para um típico cretense nada simpático destacar a parte que lhe interessa. A saída do parque é desapontadora. Sem possibilidade de desvios, passamos por uma área com três ou quatro lanchonetes/restaurantes ainda vazios ou fechados. Em seguida uma estrada de cimento e pedra vai em direção ao vilarejo de Ágia Rouméli. Da estrada começamos a ver os primeiros sinais do vilarejo, uma área claramente destruída pela ocupação do homem, dezenas de carrinhos de lixo e entulhos que contrastam com a beleza que vivenciamos poucos quilômetros antes.
O retorno de barco é interessante e passa por partes bonitas da costa sul, como a praia de Mármara, onde termina a garganta de Arádena, e o povoado de Loutró. Antes mesmo de o barco atracar a multidão já se amontoou para sair em direção aos ônibus - sejam os interurbanos, sejam os turísticos -, e a abertura da saída parece uma procissão. Dependendo de ônibus interurbano (apenas dois ônibus em único horário na baixa temporada) saímos apressados para garantir nossas vagas. Ao que parece um ônibus saiu cheio e o nosso com apenas um lugar livre.
Link para o álbum desta publicação: A Garganta de Samariá
Olá, gostaria de saber se o ingresso já esta incluido esse barco e o ônibus...
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