O planejamento para este final de semana era ir escalar em Kapetanianá, mas por diversas razões não fui. Realmente uma pena pois o tempo este final de semana foi espetacular.
Sábado a previsão era de temporal no final da tarde e o tempo realmente fechou (mas não choveu) e acabei não indo escalar.
Não sou chegado em Fórmula 1, mas domingo acordei e assisti boa parte da corrida para ver se ia dar Hamilton ou Massa. A decisão ficou para o GP de Interlagos.
Por volta de 12h fomos para o Monte Várdia. Repeti a dose da última escalada. Comecei pela Στενές Επαφές (Stenés Epafés, ou relações estreitas), VIIa, e me saí "bem" melhor desta vez. Progredi até pouco depois da segunda chapeleta e desisti. A via começa levemente negativa com três agarras de pinça, praticamente as únicas agarras para mãos até costurar a segunda chapeleta. A via é bem servida de agarras para os pés, mas exige um trabalho intenso com os mesmos para subir pouco a pouco. A segunda chapeleta na verdade são duas, dispostas quase como se fossem uma parada, uma com a porca bastante enferrujada e outra com 2 cm de parabolt para fora... costurei nas duas por via das dúvidas.
Após costurar a segunda chapeleta, já se alcança uma agarra grande para a mão à direita que dá uma salvada para um descanso, mas desloca um pouco o escalador da via que ao voltar tem que ir um pouco para a esquerda. A partir daí o trabalho de pés continua intercalando as pinças antes usada para as mãos, pressão em saliências lisas da pedra e o agarrão à direita. Para as mão começa uma sequência de regletes. Subi mais um pouco e as agarras para as mãos e os pés desapareceram na mesma taxa, ainda "longe" da terceira chapeleta. Desescalei e parei para um descanso. A segunda tentativa foi até o mesmo ponto, um ótimo exercício.
Depois da segunda tentativa deixei o equipamento ali e subi a Συκιά (Sikiá) com a outra ponta. Foi uma escalada rápida para limpar o equipamento que eu tinha deixado na outra via, durante o rapel.
Apesar do aparente fracasso com a Stenés Epafés estava entusiasmado e fui tentar uma via mais para a direita chamada Τρυφερότιτες (Triferotités, ou meiguices), VI. A via começa com um lance de poucas agarras para dominar um platô, de onde já se costura a segunda chapeleta. A partir deste ponto as agarras acabam e é aderência pura tirando proveito dos abaulados e saliências para as mãos é pés, sempre pressionando bastante. As "condições" são piores que as vias do setor do Etzel na Barra da Lagoa. Passei um pouco a terceira chapeleta e voltei. Achei esticado demais para continuar, apesar de tudo indicar que a costura era feita segurando num buraco que potencialmente é a única agarra (grande) da via. Rapelei de uma fita.
Foram quase duas horas de escalada à sombra com um brisa agradável (para quem escala, não para o segurança). Apesar de relativamente próximos da cidade, o ruído urbano é baixo e predomina o canto de passáros. Antes de começar a escalar tivemos a oportunidade observar uma ave de rapina de grande porte sobrevoar e pousar na área próxima à escalada. Antes que eu pudesse pegar a máquina fotográfica ela já estava voando novamente. Tudo indica que era uma Golden Eagle, apesar de as dimensões que observamos não atigirem os 2 m (média) de envergadura sugeridos na Wikipédia. Procurei por outros pássaros de grande porte de Creta e este é o único que bate com o que vimos.
Link para o álbum desta publicação: Não fui
Está ficando intimo dos locais de escalada pelo visto. Por aqui estou parado por causa da chuva, espero que estabilize logo pra voltar a pedra!
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