quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

"Sem as mãos"

Domingo foi dia de escalada. Só me dei conta do tanto que "escalei" quando cheguei em casa e a Anamaria com ares de "vais dormir no sofá esta noite" me revelou que já fazia praticamente seis horas desde que saíra de casa.

O destino foi o mesmo de quase sempre, o Monte Várdia. Tudo arranjado com o Vangélis que ficaria até as 15h00 e saíria para trabalhar, e com o Kostas que viria por volta de 15h00, depois do trabalho. Como o Kostas atrasou, entre 15h00 e 16h00 escalei com a Vassúla. Apareceram por lá também o Christos e o Vassílis, e cerca de outros 12 ou 15 escaladores que estão fazendo o curso intermediário de montanhismo e desceram de uma noite na montanha para praticar um pouco de dry tooling.

Com o Vangélis escalei a freguesa Louki Look (Vsup) e a seguir a Mávri (VIsup) em top-rope. A partir da Louki Look armamos um top-rope na Mikrá Mistiká (VIIa) para escalar a Kourdistós Portokális. Esta última, uma via de VI grau em um negativo de poucos movimentos com saída por um diedro de apenas um lance e segue por uma aresta. Depois de escalarmos estas três o Vangélis ainda tentou a Mikrá Mistiká sem sucesso.

A Vassúla guiou a Mávri depois de o Christos costurar a primeira chapeleta para ela. Em seguida escalamos a Zéstama (IV) e a Mi-nus (Vsup/VI). O vento e a pedra gelada deixaram a escalada um pouco mais difícil, um misto de dor mão ao mesmo tempo que não se sente a agarra.Assim que terminamos o Kostas chegou, com uma hora de atraso, e escalou estas duas vias em top-rope, enquanto a Vassúla foi bater papo com a turma do curso.

O Kostas está fissurado em conseguir escalar a Pedevousin Tékna (?), via que já comentei aqui algumas vezes, que se inicia negativa com umas arestas sem pegada, seguida de uma seção de regletes e um abaulado em negativo e mais regletes. Por conta disso fomos para a Sikiá para colocar um top-rope. Como estava cansado e com frio, resolvi não escalar e ficou para o Kostas guiar a Sikiá. Depois de um breve descanso, o Kostas iniciou as tentativas e eu fiquei de "treinador" dando os famigerados palpites. Depois de tentar dezenas de vezes a mesma coisa apesar das minhas orientações, o Kostas ficou cansado e parou para descansar sem nem ter passado o primeiro lance.

Com a sucessão de palpites elaborei uma teoria sobre como passar o lance e fiquei encucado se estava certa ou não. Como o Kostas se recusava (incoscientemente) a fazer como eu dizia, deixei a preguiça de lado e pedi a vez só para tentar aquele lance. Surpreendemente passei o lance com extrema facilidade e resolvi continuar. Acertei praticamente de primeira todos os lances e a falta de sensibilidade nas mãos fazia parecer que eu estava escalando sem elas. Resultado: encadenei a via em top-rope sem esperar por isso.

Um comentário:

  1. Deixou esse teu camarada sem graça então, agora que ele vai ficar fissurado mesmo.

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