sexta-feira, 12 de junho de 2009

Arádena-Mármara-Loutró - Parte 1

Durante a última escalada, sábado, sabendo que o Kostas não trabalharia durante o domingo (07/06/2009), o convidei para irmos fazer a caminhada na garganta de Arádena. Aproveitaríamos a oportunidade para conhecer e escalar no setor de Mármara. Ele ficou meio receoso porque queria aproveitar o domingo de folga para escalar de novo em Stavrós. Mas mudou de idéia depois de comentar com a Eléni e com a Anastasia que ficaram entusiasmadas.

A garganta de Arádena fica no sul de Creta, na região de Chaniá, numa área chamada Sfakiá. Ele tem início em um vilarejo homônimo e termina na praia de Mármara, esta última acessível apenas a pé ou de barco. Ela é tida como uma garganta difícil, quando comparada com a Samariá, por exemplo, uma vez que o terreno é bem mais acidentado. Darei mais detalhes adiante.

A logística para ir a Arádena também é um pouco mais complicada. Não há transporte público para lá e a caminhada começa num lugar e termina em outro. A idéia era ter dois carros, e depois ficará claro o porquê. Além do Kostas, da Eléni e da Anastasia, vieram a Natasa, o Ian e a Elsa que estavam com mais um carro. Fomos todas até Chóra Sfakion, ponto final do passeio, onde o Ian deixou o carro deles e seguimos com os outros dois para Arádena, onde começa a caminhada.

Fazer as coisas com gregos não é fácil. Saímos cedo para não andar no calor, mas eles se atrasaram. Antes de Arádena, no vilarejo de Anópoli, a Anastasia fez questão de parar para comer uma Sfakianí Píta e tivemos que esperar pelo menos mais uma meia hora.

A chegada na vila de Arádena é interesse pois cruzamos a garganta por uma ponte metálica instalada pelo corpo de bombeiros. A ponte está a cerca de 150 m de altura em relação ao fundo da garganta naquele ponto e é usada para a prática de bungee jump. Logo após a ponte tem um estacionamento com um botequinho onde deixamos o carro para começar a caminhada.

A partir do estacionamento passamos por um portão metálico e entramos nas ruínas da antiga cidade de Arádena. Nada muito interessante. Na sequência pegamos um estradinha que leva até a entrada da garganta e passamos outro portão antes de começarmos a descer para o leito (?) dela. A vista deste ponto é muito legal, pois vemos o traçado do caminho que desce pelo outro lado. Os dois caminhos eram usados pelos habitantes para cruzar a garganta antes da colocação da ponte. Deste ponto em diante, o Kostas, a Eléni e a Anastasia, por quem ficamos esperando um tempão, resolveram ir um pouco mais rápido e não esperaram por nós.

Não ocorreu nenhum incidente maior durante a caminhada e não convém continuar um descrição estritamente cronológica dos fatos, então comentarei livremente alguns aspectos do passeio que acho relevante.

A caminhada começa fácil sobre terreno pouco inclinado e coberto de cascalho e é assim em vários outros trecho. Mas desde o início até o final, a caminhada fácil é intercalada por obstáculos formado por rochas ou desníveis. Em vários pontos é necessário o auxílio das mãos. Algumas das pedras por onde descemos estavam bem polidas, possivelmente pela passagem de pessoas e eram bastante escorregadias. A caminhada é fácil, mas exige um pouco mais de atenção em alguns pontos para evitar quedas e escorregões. Em certo ponto, pouco depois do início, nos deparamos com uma barreira de madeira indicando o caminho por uma escadaria na encosta da garganta. Ingenuamente, e por insistência da Natasa seguimos pela escadaria. Por conta disto perdemos a melhor parte da aventura, por assim dizer. A escadaria foi colocada para desviar do trecho mais difícil da caminhada. Neste trecho era necessário o uso de cordas para descer desníveis bastante íngremes até que o corpo de bombeiros colocou uma escada de metal (suponho que para diminuir acidentes). Ao que parece a escada não surtiu os efeitos desejados e resolveram fazer a escadaria na encosta.

Enquanto subíamos a escadaria vimos um grupo perdido neste trecho, indo e voltando a procura do caminho certo. Eles estavam fazendo a garganta de baixo para cima. Nem me dei conta que este trecho era onde estava a escada metálica e só notei a falta desta parte da caminhada quando estávamos razoavelmente perto do final. Quem estiver curioso e quiser ver a escada e o desnível, achei uma foto aqui. Depois que terminamos a escadaria bastaria ter voltado alguns metros pela garganta para ver a escada. Por outro lado foi interessante usar a escadaria pois foi o único ponto, fora o início em que vimos a garganta de cima.

Como começamos a caminha por volta de 10h30 o sol já estavam bastante alto e foram poucos os trechos sombreados.

A garganta estava bastante florida e possui bastante vegetação que varia a medida que descemos.

A única fonte de água parecia imprópria, principalmente por ter animais mortos por perto. Não foi necessária no nosso caso.

O caminhado é marcado por pontos vermelhos e há algumas bifurcações indicadas para quem quiser deixar a garganta e ir para um vilarejo chamado Livanianá ou para alguma igrejinha escondida por lá.

Foi fácil ver que estávamos chegando ao final pelo vento que encanava na garganta. Logo pudemos avistar o mar. Bem perto do final, um pouco antes de uma cerca, por acaso vi uma chapeleta na parede e achei o setor de escalada de Mármara, que eu esperava ser mais próximo da praia. Fiquei por ali esperando o Kostas voltar para escalarmos, e o resto do pessoal foi para a praia.

Levamos cerca de 2h30 para percorrer os 4,5 km da garganta mais uns 700 m do estacionamento até ela.

Encontrei aqui um relato breve (em inglês), mas legalzinho sobre a caminhada na garganta (de baixo para cima).

Escreverei sobre a escalada em Mármara na Parte 2.

Link para o álbum desta publicação: Arádena-Mármara-Loutró - Parte 1

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