No final da tarde de domingo, ainda antes do anoitecer saímos de Chochlakiés e fomos em direção a Zákros onde começa a Garganta da Morte que vai até Káto Zákros. Paramos rapidamente no acesso à garganta e continuamos até Káto Zákros, por uma estrada que contorna um precipício belíssimo na beira do mar.
Káto Zákros tem dois setores de escalada (que eu sei). Um fica no costão norte da praia e também tomei conhecimento pelo site Climb in Crete. O outro fica na entrada da Garganta da Morte e fiquei por um site de uma pousada.
Káto Zákros é um lugar bonito, mas não chega a ser impressionante. O cansaço decorrente de um dia de viagem somado à busca por vias e escalada em Analoukas e a caminhada/escalada de Chochlakiés começava a bater e a atenção se voltou a encontrar um lugar para ficar. Percorremos praticamente todas as ruas de Káto Zákros pesquisando os preços de pousada. Sem saber (não lembrava o nome) estivemos também na pousada que divulga a escalada como um de seus atrativos, e ao contrário do que diz o site fomos muito mal atendidos e resolvemos procurar outra.
Nesta busca por pousadas acabamos passando em frente à garganta e parei para dar uma olhada. Uma placa indicava em que parte da garganta estão as vias, entre outros detalhes de toda a extensão da garganta. Logo na entrada, numa parede alaranjada e negativa estão as primeiras vias. Para ter uma idéia, o carro ficou mais perto das vias do que na Pedreira do Abraão. Dei uma olhada rápida e tirei fotos, mas já estava anoitecendo. Cansados e famintos continuamos a procura pela pousada.
Acabamos ficando em uma pousada na descida para Káto Zákros com uma vista muito bonita da praia e da garganta. O dono, um ex-marinheiro, como todo grego, tentou adivinhar de onde éramos e, como todo grego, errou. Acho que éramos italianos. Ficou empolgadíssimo que éramos brasileiros e, como todo grego (marinheiro) que esteve no Brasil, contou suas aventuras no Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. Jantamos na praia a luz de lamparinas e deitamos cedo para escalar e tomar banho de mar no dia seguinte (segunda-feira, 11 de agosto).
Ao contrário do dia anterior amanheceu ventando muito e a praia foi cancelada de imediato, restando apenas a escalada. Optei por ir escalar primeiro na garganta da morte e depois ver como era o costão. Sem mantimentos, tivemos que tomar café da manhã em um restaurante. Antes mesmo de chegar nas falésias, já estava enjoado. Algo não fez bem. Chegamos lá e além das vias que já tinha visto percorremos parte da garganta para ver as outras vias na esperança de que o ar fresco me ajudasse a melhorar do enjôo. Acabei não fotografando a segunda parede, maior e com vias mais longas e voltei para a parede menor. Acho que no total, deve ter umas 20 vias lá, algumas de duas enfiadas. E várias vias negativas.
Escalei uma via, a única não negativa e de certeza a mais fácil do setor. Bastante abatido pelo enjôo, desci e dei uma brincadinha na parte baixa dos negativos só para fazer fotos e ver que meus braços não aguentariam mais um metro de altura nestas condições. A escalada estava cancelada.
Acabei nem indo ver as vias do costão, nem a caverna que há em Káto Zákros. Sem nem mesmo ter ido ao costão, acho que vale a pena voltar a Káto Zákros para escalar na garganta e até para abrir vias, e claro, para sossegar um pouco. Guardei o equipamento e voltamos para o hotel para pegar nossas coisas. Tocamos viagem de volta para Chaniá, onde jantamos fora para celebrar 1 ano de casamento.
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Atualiza aí, ô.
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