Depois das lamentações fiquei esperando que me ligassem. Por volta de 17h20 o Christos me ligou e disse para encontrá-los no Κρεμαστός κήπος (Cremastós kípos), que quer dizer Jardim suspenso, um setor com quatro vias, duas de duas enfiadas, que ele mesmo abriu em setembro de 2007.
Já estava com todo o equipamento pronto, peguei as coisas, fechei a casa e toquei para lá. Em menos de 30 minutos cheguei na base do morro, estacionei o carro e pude ver duas pessoas chegando na base das vias, que fica após um subida por um trilha de cerca de 10 minutos. A parede é impressionante. Começa com um parte vertical que depois fica côncava, fazendo um negativo fabuloso. Tirei uma foto, peguei as coisas e toquei para cima.
A trilha é super escorregadia e cheia de arbustos espinhentos. Para piorar errei o caminho e fiquei todo lanhado nas pernas. A recepção não foi muito calorosa, mas foram simpáticos. Nunca me aconteceu isso, mas algum mato no caminho me fez espirrar umas 10 vezes depois que cheguei na base das vias. Além do Christos, estava ali o Áris, de Heraklion. Vi o Áris tentar uma via em torno de 9a (brasileiro), com aproximadamente 60 m de extensão. Ele acabou abandonando pouco antes do final.
Enquanto o Áris escalava chegaram o Alexandros e o "Johnny" que estava em Chaniá, e o Basílis que estava olhando outro setor. Os três, bem como o Christos são os que eu tinha conhecido no final de semana passado. Chegou minha vez de escalar e entrei numa via chamada Slab Garden, indicada como um VI (brasileiro) com 20 metros de extensão. Me saí muito bem, e encadenei a via que é bem fornecida de agarras bem boas. Depois de descansar um pouco e ver o Alexandros mandar o primeiro 7c (brasileiro) dele, e o "Johnny" passar um veneno na via que eu já tinha escalado, fui para outra via antes que anoitecesse. Também com 20 m de extensão, chama-se Therisso Style, e é graduada como um Vsup/VI. Apesar da graduação menor que a outra, passei um veneninho. Além das proteções estarem mais afastas, a via começa num negativo que exige um pouco de braço. Também encadenei. As duas continuam com a mesma segunda enfiada pelo negativo, mas não tentei. É um nono grau....
Me senti bem melhor na rocha, pelo fato de ter agarras boas e por ser mais abrasiva (estou com a mão toda esfolada). Como estava bastante empolgado, tenho dificuldade de afirmar que as vias daqui estão subgraduadas comparadas com o Monte Várdia (e vice-versa). Comentei com eles sobre isso e eles disseram que "aqui" é a nova geração e o Monte Várdia é a velha geração...
Descemos já de noite por volta de 20h00 assim que terminei de escalar.
Amanhã eles voltarão e espero que me liguem. Até porque duas costuras minhas desapareceram e acho que estão entre as que eles deixaram na parede.
Duas observações adicionais são: quando o Alexandros chegou, ele ligou um mp3 player em duas caixinhas do som. No final acabou desligando por que estava difícil de ouvir quem estava no lato. Já tinha notado esta breguice quando os encontrei no Monte Várdia na outra vez. Alguns deles fumam cigarro (quase todo grego fuma cigarro). O cheiro é desagradável, mas pelo menos escalei. Até o momento parece que não são adeptos de entorpecentes ilegais.
Fiquei sabendo também que o guia de escaladas de Kapetanianá que tenho de 2006, não é o novo, é o velho. O novo ainda não foi lançado, mas vai ter pelo menos mais 40 vias esportivas na região de Ágio Fárango, que o Áris abriu....
Link para o álbum desta publicação: Jardim suspenso
Massa, sempre é bom fazer novos amigos. Só se liga com os equipos, que lance estranho com as costuras. E aí, recuperou?
ResponderExcluirE mais, sugiro que daqui para frente diga de onde todos vem, como "Áris, de Heraklion". Poderias ser o "Rodrigo, de Florianópolis". Rsrsrs.
Parabéns pelo entrosamento e novos companheiros. Se liga na segurança.
Que bom que te saiste bem nas novas vias, tô orgulhosa! :-)
ResponderExcluirE cuida bem dos teus equipamentos, esses gregos são muito relapsos.
Beijos!